"Com o 3D não seria valorizado" diz Eduardo Serra sobre "Relíquias da Morte - Parte 1"

O diretor de fotografia dos dois últimos filmes de Harry Potter, "Relíquias da Morte - Partes 1 e 2", o português e muito consagrado Eduardo Serra, em recente entrevista ao jornal Correio da Manhã, também português, falou como foi seu trabalho para o filme e opiniões acerca da série.

Serra, que já trabalhou com Alfonso Caurón (diretor de "Prisioneiro de Azkaban") e já foi indicado ao Oscar, falou sobre o esquema rigoroso de trabalho adotado por David Yates, de seu relacionamento com os atores e deixou transparecer que não tem vontade alguma de fazer outro filme da série, caso haja.

Correio da Manhã - Pela primeira vez participa numa saga. Sentiu que não se podia afastar muito do trabalho dos seus antecessores?
Eduardo Serra - É um trabalho que necessita de responsabilidade, mas é, sobretudo, uma competição. Quanto ao seguimento do trabalho, de qualquer forma, não é uma decisão nossa. Tem que estar de acordo com a dimensão do projeto, do estúdio... Não se pode mudar muita coisa. Digamos que um terço é apenas nosso, mas, quanto ao resto, não há nada a fazer.
CdM - Como foi trabalhar com o diretor David Yates?
ES - Ele é bastante rigoroso. Garante que tenha o necessário para poder trabalhar. Não faz nada de anormal. Não trocamos muitas ideias. Ele tem o seu próprio sistema de trabalho. Damos-lhe o material e depois ele junta tudo.
CdM - Teve oportunidade de falar com os atores do filme?
ES - Sim. Eles são muito amigáveis. Nunca houve problemas. Era um ambiente maravilhoso.
CdM - Teve a possibilidade de o filme sair em 3D...
ES - A ideia surgiu há três ou quatro meses. Um dia, quando o filme já estava quase pronto, começaram a dizer: "Vamos fazer em 3D." Assim de repente. Mas o meu trabalho não seria valorizado com o 3D. Exige muita luz, o que torna a imagem mais pesada...
CdM - Se a autora escrevesse um novo livro sobre ‘Potter', gostaria de voltar a ser o diretor de fotografia do filme?
ES - Acho que não. Passei ali mais de um ano e meio. Penso que não vale a pena voltar.

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