Depois da primeira crítica do site, feita por Ivan Adriel, agora trago outra assinada pelo newsposter Moises Rodrigues. Dessa vez são exploradas as características individuais de atores, o que mais chamou atenção e o que faltou para um verdadeiro fã.
Leia logo abaixo!
CRÍTICA DE HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2
Por Moises Rodrigues do ScarPotter
Por Moises Rodrigues do ScarPotter
"Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" é derradeiro em todos os sentidos, do começo ao fim é iminente que não está ali para outra coisa senão responder às perguntas da parte 1 e finalizar a trama de dez anos atrás. E é com êxito e quase sem furos que adapta os capítulos finais do último volume da saga.
Aos poucos percebemos que seu antecessor é a única produção que realmente não precisava ser boa, mas apenas fazer as perguntas certas. Parte 1 é a cortina se elevando para o espetáculo que vem a seguir. E que espetáculo! É a primeira vez que o enredo da série permite simultaneidade, muito bem aproveitada, dando vazão para a evolução tão esperada, e necessária para acabar a série, dos personagens, que não inclui aqui Alvo Dumbledore, com seu passado misterioso cortado pela metade e com uma ingrata referência à Ariana, repetindo o ocorrido com Moody e Edwiges na primeira parte. Claro, não significa que os fãs ficarão decepcionados com a cena de King's Cross, quase imaculada com exceção da alma de Voldemort, esta revelada estar presa em Harry desde os seus primeiros anos, como no livro.
Se com o ex-diretor de Hogwarts o roteiro pode se fazer esquecido, dá merecida atenção ao atual. Severo Snape é sem dúvidas o homem mais corajoso que nosso protagonista conheceu. Em meio a uma avalanche de memórias, trechos dos filmes anteriores e uma grandiosíssima atuação, Alan Rickman consegue facilmente conquistar o posto de expoente na série Harry Potter. Antes um professor indesejável e agora um verdadeiro herói de guerra.
O ritmo é extremamente rápido e não perdoa ninguém, mas é inteligente e capaz de restringir uma ordem cronológica a desenvolver sub-tramas de modo a assistirmos o que leva o expectador ao ato final. Se por um lado adapta mínimas coisas e não permite detalhes, dá espaço de sobra para todos se encaixarem em toda uma trama prévia, que justifica sem erros o confronto.
Personagens que receberam destaques foram Minerva McGonagall, aqui uma divertida Maggie Smith sem rigidez e que juntamente a Matthew Lewis tomam a vez da válvula de escape das mãos dos gêmeos, que por sua vez somam-se ao elenco honroso de arrancar lágrimas (com atenção especial para Oliver Phelps, pois filmar a cena de seu irmão gêmeo morto nas telonas não deve ter sido tarefa fácil), a Sra. Weasley, tão ovacionada em sua cena triunfal com Belatriz Lestrange, Remo Lupin e Ninfadora Tonks, antes esquecidos em um casamento não mencionado e aqui lembrados pelo futuro de um filho, e toda a família Malfoy, que só nesse final escolhido (foram quatro gravados) que foram deixados de lado.
Ao som de uma trilha sonora saudosa, de nossos tempos de infância, somos divididos entre os sentimentos de guerra e união. Relutantes entre os dois, não vemos outra saída se não aquela mais fácil, que é se entregar as lágrimas. Harry não teve pais, ele viu Voldemort os matando. Harry não teve amor. Harry foi um animal de abate, nas palavras de Snape, "para ser morto no momento apropriado". É matar ou ser morto. Isso deixa claro que Hogwarts não é mais segura, as pessoas morrem ou decidem ir "para as masmorras", na voz de Minerva agora para os alunos sonserinos.
Se Rowling foi criticada por não desenvolver a cena da batalha, o momento de ápice mais aguardado, aqui você terá sua chance. E é a última. Entre tapas e pontapés, nos preparamos para o momento sonhado desde "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Não desperdice seu tempo segurando lágrimas ou gritos, ninguém é capaz de não se emocionar com uma criança traumatizada, marcada e obrigada a optar pela morte.
O roteio de Steven Kloves e a brilhante direção de David Yates dão a Harry sua última chance também de ganhar o Oscar. Porém com ou sem ele, "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" supre suas necessidades e se concretiza no melhor desfecho da história do cinema.
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