E o Oscar? Essas são as verdadeiras “relíquias”.



O envelope foi aberto pela terceira e última vez, quando anunciaram o vencedor de Melhores Efeitos Visuais para “A Invenção de Hugo Cabret”. Foi desta forma que Harry Potter se despediu do cinema, sem nenhuma Estatueta. Em que mundo filmes como este, ou Planeta dos Macacos e Transformers, perdem seu lugar em Efeitos Visuais para um “Hugo Cabret”?

A verdade é que o trabalho exacerbado de diretores, produtores, e todo um elenco nas famosas “super produções”, estão com seus dias contados. Agora é a hora do cinema de “arte”, o simples se tornou o belo, o culto. Como se o próprio cinema não fosse uma arte, ou melhor, a sétima arte. A ficção e a fantasia estão, a cada dia, mais extintas dentro da tal famosa Academia. Mas que Academia é esta que não reconhece o verdadeiro trabalho de uma equipe por trás de uma obra?

O fato é que, agora pra se conquistar a Academia, deve-se ser “arte”. Talvez tivéssemos recebido 11 indicações se Harry Potter tivesse sido dirigido por Scorsese ou Coppola. Se pudéssemos voltar no tempo, “As Relíquias da Morte: Parte 2” teria sido um maravilhoso musical mudo e em preto e branco. É triste e lamentável acreditar que quase 15 anos de trabalho e dedicação não foram reconhecidos de forma alguma. Nem um prêmio de consolação? Nada!

Academia? Academia é o que toda a equipe dos oitos filmes de Harry Potter produziu. Formaram atores inexperientes, tiraram diretores do anonimato, feitos que seriam impossíveis de descrever. Vimos dezenas de crianças saírem de um lugar qualquer e se tornar verdadeiras estrelas, atores, atrizes. Essas crianças que dedicaram dez anos de sua vida e não receberam nenhum reconhecimento. Equipes que criaram o inimaginável. Em 1998 James Cameron recebeu 11 Estatuetas por “Titanic”. Cameron construiu um navio? Bobagem! Nós construímos um castelo, construímos um mundo.

Não desmereço a excelência de “O Artista” ou “Hugo Cabret”,a partir de hoje e pelos próximos meses serão os filmes mais rentáveis... do momento. Eu disse: do momento! Embora a Academia não reconheça, nos reconhecemos. Foi-se o tempo que bilheteria ditava os vencedores. Ou que grandes compositores, indicado duas vezes na mesma categoria (John Williams), não perdia para um “jazz”. Foi-se o tempo em que ficção e a fantasia eram consideradas arte. Esses sonhos foram enterrados há oito anos com “O Retorno do Rei”.

É injusto, é triste uma Academia “esnobe” não reconhecer o que esses oito filmes trouxeram para o mundo do cinema. Harry Potter é... é a maior reunião de um elenco, é a maior franquia da história do cinema e é a terceira maior bilheteria de todos os tempos.

Harry Potter foi nosso passado, é o nosso presente e será sempre o nosso futuro.
E o Oscar? Essas são as verdadeiras “relíquias”. (Potterish - Daniel Rocha)

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